Homem teve o corpo tatuado com as iniciais de dois dos três patrões – Foto MTE / Divulgação
O trabalhador resgatado após viver oito anos em situação análoga à escravidão em Planura, no Triângulo Mineiro, no início de abril, poderá receber mais de R$ 1 milhão em indenização.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o homem foi vítima de tortura e abusos sexuais. Além disso, teve o corpo tatuado com as iniciais de dois dos três patrões como forma de ser marcado como propriedade.
O órgão, em ação civil pública na Justiça Trabalhista, solicitou que os réus paguem R$ 300 mil referentes às verbas salariais e rescisórias e que façam a anotação na carteira de trabalho durante todo o período de atuação do homem. Além disso, também pede indenização por danos morais de R$ 1 milhão.
O caso
Conforme o MPT, os empregadores utilizavam as redes sociais para ar pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, oferecendo falsas promessas de trabalho e acolhimento.
A vítima era explorada de diversas formas, não recebia salário, não tinha carteira assinada e trabalhava jornadas exaustivas sem férias ou descanso e vivia sob ameaças. Além disso, os empregadores gravaram abusos sexuais e usavam as imagens como forma de chantagem.
O trabalhador foi resgatado em uma ação do MPT e da Polícia Federal realizada entre os dias 8 e 15 de abril. Na ocasião, uma mulher trans natural do Uruguai também foi resgatada. Ela recebia R$ 700 mensais, mas com os descontos de alimentação, moradia, internet e energia elétrica, ficava apenas com R$ 100. A vítima ficou seis meses com os empregadores.
*Com informações O Tempo